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Ozarfaxinars
e-revista ISSN 1645-9180
Direção: Jorge Lima Edição e Coordenação: Fátima Pais
___108___
Abril 2025
A inteligência artificial na educação - uma nova era de aprendizagem

Pedro Sá
Assessor Pedagógico do CFAE_Matosinhos para o PATD (Ver nota curricular)

Introdução
A Inteligência Artificial (IA), de um momento para o 
outro, tornou-se numa parte significativa da nossa vida diária, uma força 
transformadora que está a revolucionar muitos setores, incluindo a educação. A 
inteligência artificial (IA) está presente no nosso dia a dia há mais tempo do 
que imaginamos. Ferramentas como tradutores automáticos e reconhecimento de voz 
já incorporam a tecnologia, mesmo que de forma discreta. No entanto, muito 
recentemente, o surgimento de modelos de linguagem, ferramentas para criação de 
imagens, vídeo e som causou um grande impacto na forma como a sociedade "olha" 
para a IA. Professores e alunos não são exceção, originando uma profunda 
reflexão sobre esta temática com nítidas implicações no processo de 
ensino-aprendizagem. Reconhecendo o potencial e o seu papel facilitador das 
aprendizagens, a IA apresenta também alguns desafios e constrangimentos e sobre 
os quais apresentamos a nossa posição.
O que é inteligência artificial?

A inteligência artificial 
(IA) é um conjunto de tecnologias que permitem aos computadores executar uma 
variedade de funções avançadas, incluindo a capacidade de ver, entender e 
traduzir idiomas falados e escritos, analisar dados, fazer recomendações e muito 
mais (Google). Para clarificar e sintetizar o conceito, a IA é um ramo da 
ciência da computação que procura criar sistemas capazes de imitar a 
inteligência humana. Estes sistemas podem aprender, resolver problemas, tomar 
decisões e realizar tarefas de forma autónoma. A IA generativa teve um forte 
desenvolvimento nos últimos dois anos, com inúmeras aplicações disponíveis, 
algumas delas com gratuitas ou com algumas limitações, podendo ser utilizadas 
para diversos objetivos. Por exemplo, criar texto, 
imagens, vídeos ou sons. Também os 
assistentes virtuais por IA, igualmente designados por chatbots por IA, são 
capazes de simular uma conversa com humanos através de mensagens de texto ou 
voz.
Como a IA pode ser incorporada para beneficiar a 
educação?

Entre outros:
- Personalização do ensino através de sistemas 
adaptativos que analisam o desempenho e ritmo de cada aluno, fornecendo 
conteúdos e exercícios adequados.
- Ensino mais envolvente com recursos multimédia 
interativos e realidade virtual/aumentada.
- Assistentes virtuais de conversação para tutoria 
personalizada e esclarecimento de dúvidas.
- Automação de tarefas administrativas e avaliação para 
professores.
- Análise de grandes quantidades de dados educacionais 
para identificar lacunas de aprendizagem.
Alguns exemplos…
Entre muitos outros exemplos de incorporação da IA na 
educação, podemos mencionar alguns deles.
Criar uma imagem 
com IA e pedir aos alunos que construam uma história
A partir da criação de uma imagem utilizando IA pelo 
professor ou pelos alunos, solicitar que os alunos escrevam uma história, poema, 
artigo de jornal, etc., obedecendo a determinadas indicações do 
professor. Algumas ferramentas: 
Bing Copilot Designer, 
Adobe Firefly, 
Qwen (gerar imagem), 
ChatGPT (criar uma imagem); etc.
Assistentes (chatbots) como tutores para 
consolidação de competências e verificação conhecimentos
A partir de um tópico de 
pesquisa num dos assistentes de IA, incentivar os alunos a saberem mais, 
aprofundando o assunto, ou tirar dúvidas, questionando o assistente como se de 
um tutor se tratasse. Pode ser solicitado aos alunos que sintetizem a pesquisa e 
partilhem com outros alunos (trabalho de 
grupo, turma, etc.) ou apliquem em competências solicitadas pelo professor 
(apresentar soluções para um problema, esquematizar um conceito complexo, etc.). 
Alguns destes assistentes colocam hipóteses de aprofundamento após as respostas, 
podendo orientar o aluno para o aprofundamento do assunto.
Alguns assistentes baseados em LLMs (Large Language 
Models), como o Gemini, o Claude ou Bing Copilot, permitem o upload de imagens 
ou PDFs sobre os quais se pode colocar questões sobre o seu conteúdo. Por 
exemplo: fazer o upload de uma imagem de um exercício matemático e pedir que o 
assistente demonstre a resolução; fazer o upload de um animal ou planta e pedir 
que o assistente o identifique e nos dê informação sobre a sua espécie; fazer o 
upload de um PDF com um texto longo e pedir informações sobre determinados 
assuntos abordados; etc.
Com o objetivo de verificar conhecimentos, é possível 
ainda solicitar ao assistente de IA que crie uma série de questões sobre 
determinado assunto e verifique as respostas dos alunos, avaliando o seu 
desempenho.
Com o objetivo de estimular o pensamento crítico dos 
alunos, o professor, com o auxílio de um assistente de IA, pode criar uma 
narrativa com imprecisões científicas ou históricas para que os alunos analisem 
e identifiquem os erros.
Algumas ferramentas: POE, 
Microsoft Copilot , 
Gemini, ChatGPT, 
Mistral, 
Perplexity, etc. Estas ferramentas são 
baseadas em LLMs e algumas delas têm limitações para utilização gratuita.
Assistentes (copilotos) como auxiliares para os 
professores
A criação de planificações, 
cenários de aprendizagem, tarefas de avaliação 
e outros materiais didático-pedagógicos pode 
ser auxiliada por IA. 
Alguns websites sugerem comandos (prompts) para ajudar 
professores e alunos a criarem atividades pedagógicas com IA. Por exemplo, o 
website More Useful Things (Mollick and Mollick), sugere alguns comandos que 
podem ser utilizados sob licença Creative Commons.

Questões éticas associadas à IA na educação
A utilização da IA na educação levanta algumas questões 
éticas importantes. Entre outras, podemos apontar as seguintes:
- Privacidade e proteção de dados dos alunos e 
professores utilizados pelos sistemas de IA.
- Potencial viés e discriminação nos algoritmos de IA, 
podendo perpetuar e exacerbar os preconceitos existentes.
- Impacto no papel e empregos dos professores humanos. 
- Potencial perturbação na dinâmica tradicional da 
relação professor-aluno, diminuindo a interação humana e o desenvolvimento de 
competências sociais.
- Necessidade de literacia em IA para uso crítico e 
informado dessas tecnologias.
- Acesso equitativo para garantir que a IA não aumente as 
desigualdades educacionais.
E o que podemos fazer?
Neste momento, em que ainda ainda não existe um 
consenso sobre a incorporação da IA no processo educativo, parece-nos importante 
que nos preparemos para a sua utilização com eficácia e segurança. Nesse 
sentido, apresentamos algumas sugestões que podem ser úteis neste momento da 
recente história da IA.  
Espírito crítico
É fundamental que os 
professores incentivem fortemente os seus alunos a terem um espírito crítico 
apurado para que sejam capazes de compreender e mitigar os eventuais resultados 
enviesados ou discriminatórios. Um espírito crítico incentiva ainda a exigência 
de maior transparência e demonstração de como funcionam 
esses sistemas, para que possamos entender 
como eles chegam às suas decisões ou recomendações.
Monitorizar o impacto da IA
É importante monitorizar o impacto da IA nas 
aprendizagens dos alunos para garantir que o seu efeito é realmente positivo e 
que desenvolve as desejáveis competências para os cidadãos do século XXI.
Formação de professores
Os professores precisam de formação e desenvolvimento 
profissional para poderem usar a IA de forma eficaz. É fundamental ter um olhar 
crítico sobre as necessidades dos professores e sobre as melhores formas de os 
preparar para usar a IA de forma eficiente. 
Acesso e Equidade
A IA pode exacerbar as desigualdades existentes na 
educação se não for implementada de forma equitativa. É essencial ter um 
espírito crítico em relação à forma como a IA é utilizada em diferentes 
contextos educativos. Devemos garantir que todos os alunos, independentemente do 
estatuto social, tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizagem mediadas 
por IA.
Incorporar a IA no currículo
É crucial que os professores encarem a IA com uma 
atitude receptiva e investigativa. Esta tecnologia disruptiva tem o potencial de 
transformar radicalmente os métodos de ensino e aprendizagem. Por isso, parece 
ser fundamental adotar uma mentalidade progressista, explorando novas 
estratégias pedagógicas, desafiando os modelos convencionais. A integração 
refletida e sensata da IA nos planos curriculares poderá otimizar as 
experiências educativas, promovendo um ambiente de aprendizagem dinâmico e 
envolvente.
Conclusão
Parece-nos evidente que, 
tal como outras tecnologias que surgiram no passado, a IA irá influenciar 
fortemente 
o modo como vivemos em sociedade e, 
consequentemente, a educação. Negar a sua existência parece já não ser possível. 
Teremos, então, tal como fizemos outrora, de nos adaptar e utilizar em nosso 
favor, enquanto seus criadores, o avanço tecnológico que nos oferece. A 
expetativa de desumanização, bem como outros cenários menos positivos, 
parecem constituir-se como ameaças às quais 
teremos que responder de forma refletida, fundamentada e criativa. Afinal, como 
humanos, sempre foi esse o nosso desígnio.
Nota: A construção deste 
texto recorreu 
à ajuda de ferramentas de IA.

Bibliografia
“Conversational AI Chatbot.” IBM, 
https://www.ibm.com/products/watsonx-assistant/artificial-intelligence. Accessed 
25 March 2024.
Google. “Modelos de linguagem grandes com a tecnologia 
de ponta da IA do Google.” https://cloud.google.com/ai/llms. Accessed 18 March 
2024.
Google. “O que é inteligência artificial (IA)?” 2024, 
https://cloud.google.com/learn/what-is-artificial-intelligence?hl=pt-pt. 
Accessed 14 março 2024.
Mollick, Ethan, and Lilach Mollick. “Prompt Library — More Useful Things: AI Resources.” Useful Things: AI Resources, https://www.moreusefulthings.com/prompts. Accessed 18 March 2024.
Pedro João Ramos Amorim Sá é professor do grupo de recrutamento 620 (Educação Física), Licenciado em Ensino da Educação Física pela Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto e Mestre em Ciência do Desporto - Treino de Alto Rendimento pela Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto. Desde muito cedo também ligado à formação, Tecnologias Educativas (Informática/Aplicação da informática), é um entusiasta da utilização das ferramentas digitais nos processos de ensino e aprendizagem. Exerce neste momento as funções de Assessor Pedagógico do CFAE de Matosinhos para o PATD - Plano de Ação para a Transição Digital.
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